Lince-ibérico
Lince-ibérico | ||||||||||||||||||||
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Classificação científica | ||||||||||||||||||||
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Lynx pardinus (Temminck , 1827) | ||||||||||||||||||||
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Mapa de distribuição do Lince ibérico - pós 1960. |
O lince-ibérico (Lynx pardinus), também conhecido pelos nomes populares de cerval, lobo-cerval, gato-cerval, gato-cravo e gato-lince, é a espécie de felino mais gravemente ameaçada de extinção e um dos mamíferos mais ameaçados. Tem um porte muito maior do que um gato doméstico e o seu habitat restringe-se à Península Ibérica. Apenas existem cerca de cem linces ibérico em liberdade em toda a Península Ibérica. Aparentemente encontra-se extinto em Portugal.
Índice |
Distribuição
O lince-ibérico somente existe em Portugal e Espanha. A população está confinada a pequenos agregados dispersos (ver mapa de distribuição), resultado da fragmentação do seu habitat natural devido a factores antropogénicos. Apenas 2 ou 3 agregados populacionais poderão ser considerados viáveis a longo termo. A sua alimentação é constituída por coelhos, mas quando estes faltam ele come veados, ratos, patos, perdizes, lagartos, etc. O lince-ibérico selecciona habitats de características mediterrânicas, como bosques, matagais e matos densos. Utiliza preferencialmente estruturas em mosaico, com biótopos fechados para abrigo. O lince-ibérico pode-se encontrar na serra da Malcata, situada entre os concelhos do Sabugal e de Penamacor, integrando o sistema montanhoso luso-espanhol da Meseta.
Habitat e ecologia
Este felino Habita no matagal mediterrânico . Prefere um mosaico de mato denso para refúgio e pastagens abertas para a caça (ICONA 1992). Não é frequentador assíduo de plantações de espécies arbóreas exóticas (eucaliptais e pinhais) (Palomares et al. 1991).
Como predador de topo que é, o lince ibérico tem um papel fundamental no controlo das populações de coelhos (sua presa favorita) e de outros pequenos mamíferos de que se alimenta.
Comportamento
É um animal essencialmente nocturno. Trepador exímio. Por dia, poderá deslocar-se cerca de 7 km.
Os territórios dos machos podem sobrepôr-se a territórios de uma ou mais fêmeas.
Os acasalamentos ocorrem entre Janeiro e Março e após um período de gestação que varia entre 63 e 74 dias nascem entre 1 e 4 crias. O mais comum é nascerem apenas 2 crias que recebem cuidados unicamente maternais durante cerca de 1 ano, altura em que se tornam independentes e abandonam o grupo familiar. Regra geral, quando nascem 3 ou 4 crias, estas entram em combates por comida ou sem qualquer motivo e acabam por sobrar apenas 2 ou até 1, daí um dos seus pequenos aumentos populacionais.Não existe dimorfismo sexual entre macho e fêmea.
Ameaças
A principal ameaça resulta do desaparecimento progressivo das populações de coelhos (sua principal presa) devido à introdução da mixomatose. A pneumonia hemorrágica viral, que posteriormente afectou as populações de coelhos, veio piorar ainda mais a situação do felino.
Outras ameaças:
- Utilização de armadilhas para coelhos
- Atropelamentos
- Caça ilegal
Estatuto de conservação
O estatuto de conservação do lince-ibérico tem variado ao longo das últimas décadas:
- 1965 > Considerado muito raro e acreditando-se decrescer em número (como Felis lynx pardina) (Scott 1965)
- 1986 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN Conservation Monitoring Centre 1986)
- 1988 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN Conservation Monitoring Centre 1988)
- 1990 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN 1990)
- 1994 > Ameaçado (Groombridge 1994)
- 1996 > Ameaçado (Baillie and Groombridge 1996)
Actualmente prevalece a avalição efectuada em 2002, pela UICN:
- Criticamente ameaçado > segundo o critério C2a(i) > Categorias e Critérios de 2001 (versão 3.1)
Em Portugal, a espécie permanece com o estatuto de Criticamente Ameaçada, de acordo com a última edição do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, de 2006.
A Quercus considerou a espécie inexistente em Portugal em 2007, em resposta à criação do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal pelo governo português.
Evolução populacional
Evolução das estimativas do número total de indivíduos desde 1969 (apenas indivíduos no estado selvagem estão contabilizados):
- 1969: Vários milhares
- 1978: 1000 a 1500
- 1987: 1000 a 1500
- 1991: Cerca de 1000
- 1992: Não mais que 1200, excluindo crias
- 1995: Não mais que 1300
- 1998: Cerca de 800
- 2000: Cerca de 600
- 2002: Menos de 300
- 2003: 150 a 300
- 2004: 120 a 155
- 2006: 135 a 110
- 2008: 110 a 150
Segundo Nowell e Jackson (1995), o número de indivíduos existentes em Portugal no ano de 1995 não excederiam 100. Segundo os mesmos autores, para Espanha e para o mesmo ano, a população seria de 1200.
Medidas de conservação
Um programa de reprodução em cativeiro está a ser desenvolvido em Espanha. Para tal, linces que estejam em subpopulações inviáveis terão que ser capturados.
- Esta espécie está totalmente protegida em Portugal e Espanha.
- Listada na CITES (apêndice I)
Em Portugal, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em parceria com a organização internacional Fauna & Flora International (FFI), lançou, em 2004, o Programa Lince, que conta com a participação e o apoio técnico e científico de um grupo composto pelos principais especialistas nesta espécie em Portugal. No âmbito deste Programa, têm sido desenvolvidos projectos, entre os quais se incluem Projectos LIFE, que visam sobretudo a recuperação do habitat natural do Lince Ibérico.[17] O Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI) de Silves terá o propósito de fazer com que linces reprodutores em cativeiro se reproduzam no território nacional [1]
Taxonomia
O lince-ibérico e o lince euroasiático eram simpátricos, na Europa Central, durante o Pleistoceno (Kurté'n 1968, Kurtén e Grandqvist 1987). Segundo Werdelin (1981), estas duas espécies evoluíram da primeira espécie de lince identificável (Lynx issiodorensis).
Antigas denominações científicas desta espécie:
- Felis pardina
- Felis lynx pardina
- Lynx lynx pardina
- Felis pardinus
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